Quase 13 milhões de brasileiros que pagam Imposto de Renda poderiam estar isentos

Quase 13 milhões de brasileiros que pagam imposto de renda hoje poderiam estar isentos se a tabela tivesse sido reajustada ao longo dos anos, considerando a inflação desde 1996, ano em que houve mudança na forma de definir a cobrança do tributo.

Os cálculos são da Unafisco, a Associação Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal.

De acordo com a entidade, existe uma defasagem de 130,7% na correção da primeira faixa do imposto de renda, a que é isenta, por causa dos muitos anos em que a tabela ou ficou congelada ou não acompanhou a alta do custo de vida acumulada no período.

Em valores, significa que, ao invés do limite atual de R$ 2.259,20, a renda livre de imposto de renda deveria estar em R$ 5.211,51 - uma diferença de pouco mais de R$ 2.900.

Ainda de acordo com a Unafisco, a defasagem das demais faixas da tabela beira 180% e os valores de deduções também necessitam de ajuste.

A dedução referente à educação, por exemplo, hoje no limite de pouco mais de R$ 3.500 deveria ser de R$ 9.837,97

Ainda de acordo com a associação, atualmente, 17.360.540 pessoas têm direito à isenção pela faixa de rendimento; se a tabela não estivesse defasada, o número seria de 30.298.971, quase 13 milhões de contribuintes a mais na faixa de isenção.

A Unafisco também calcula que o governo recolherá pouco mais de R$ 417 bilhões neste ano com a tributação sobre a renda; o valor cairia para a cada dos R$ R$ 146,8 bilhões sem a defasagem, cerca de 270 bilhões a menos.

Rádio 2