Huol-UFRN promove ação de conscientização sobre o zumbido auditivo
Publicado em
07/11/2024
O Hospital Universitário Onofre Lopes, da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (Huol-UFRN), vinculado à Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), vai realizar, nos dias 10 e 12 de novembro, uma ação educativa alusiva ao Novembro Laranja, campanha da Associação Brasileira de Otorrinolaringologia, cujo objetivo é conscientizar a população sobre o zumbido auditivo, suas causas e tratamento. A ação terá distribuição de panfletos, além de roda de conversa e palestra sobre o que é o zumbido, quais as principais causas associadas e doenças que podem gerar esse sintoma.
A programação no domingo, 10, ocorrerá às 10h, no Parque das Dunas, em Natal, com a panfletagem e a roda de conversa direcionada ao público do local, com participação da médica otorrinolaringologista do Huol-UFRN e professora da UFRN, Lidiane Ferreira. Também haverá atividade de alongamento, realizada pela fisioterapeuta do Huol-UFRN, Karyna Ribeiro, que, na ocasião, falará sobre a ação da musculatura do pescoço e da região mastigatória que pode influenciar no surgimento ou manutenção do zumbido.
Já na terça-feira, 12, às 10h, a atividade terá continuidade no corredor térreo do ambulatório do Huol, com panfletagem e a realização da palestra, que será proferida pela médica Lidiane Ferreira, para pacientes do hospital.
O zumbido no ouvido (tinnitus), não é uma doença mas um sintoma no qual a pessoa escuta constantemente um som ou um barulho incômodo, que pode soar como chiados, apitos, cigarra, cachoeira, cliques ou estalos. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), no Brasil, o zumbido afeta mais de 28 milhões de pessoas.
Conforme informou a médica otorrinolaringologista do Huol-UFRN, Lidiane Ferreira, esse zumbido, que só o paciente escuta, é um sintoma, e como tal, tem uma causa. “Ao avaliarmos o paciente que tem zumbido, precisamos identificar o que é que está gerando o barulho. Cerca de 90% ou mais dos pacientes têm zumbido devido a uma perda auditiva. Assim, nós fazemos uma avaliação da audição do paciente para detectarmos o problema: se ele escuta menos do que deveria e quais são as causas da perda auditiva”, explicou a médica.
Segundo ela, o sintoma pode estar relacionado a diversas causas, como: problemas genéticos, hormonais e de taxas sanguíneas (colesterol alto), diabetes e alterações no ouvido (malformações, otosclerose e doença de Ménière). Também pode ter relação com a presbiacusia (perda auditiva pelo envelhecimento), além de situações como traumatismos e infecções na parte interna do ouvido. “Tudo o que leva a uma perda auditiva, pode gerar, por consequência, o zumbido”, relata a médica.
Ela completou que existem outras manifestações de zumbidos (os 10% restantes) que são causados por problemas não auditivos. Segundo ela, a pessoa pode ter uma audição normal e mesmo assim escutar o zumbido. “Esses casos podem ser vasculares, devido a malformações arteriais ou venosas dentro do cérebro, tumores cerebrais, problemas neurológicos como Parkinson, pós-AVC, distúrbios musculares, como problemas na mordida, disfunção temporomandibular (DTM) e tensão na região cervical, além de problemas psiquiátricos, como depressão e ansiedade”, afirmou.
Para a otorrinolaringologista, alguns medicamentos ototóxicos também podem levar a algum dano na via auditiva do paciente, podendo contribuir para gerar o zumbido. “Medicamentos como ácido acetilsalicílico, alguns antibióticos, como aminoglicosídeos, antiinflamatórios, antineoplásicos (para quem faz quimioterapia) e medicamentos que são usados para pessoas transplantadas, são os principais exemplos”, explicou.
Conforme Lidiane Ferreira, de uma maneira geral, a grande maioria dos pacientes com zumbido têm a sua qualidade de vida impactada, pois o problema acaba atrapalhando a comunicação do paciente com outras pessoas. Além de afetar o sono e a concentração em atividades de estudo ou de trabalho, o zumbido também pode contribuir para gerar sintomas de ansiedade e depressão.
Tratamento no Huol
O Huol-UFRN possui um ambulatório especializado no zumbido, onde, por meio de uma equipe de especialistas, é feita toda avaliação do paciente na forma clínica, juntamente com a equipe do serviço de fisioterapia, responsável pela avaliação da parte muscular. Quando necessário, o paciente é encaminhado para tratamento na fisioterapia do Huol.
O ambulatório do zumbido também conta com o apoio do serviço de fonoaudiologia do Huol-UFRN, onde são feitos os exames audiológicos e outros tratamentos como a neuromodulação. Fora isso, no ambulatório é feita a prescrição de medicamentos e oferecido todo suporte de acolhimento ao paciente.
De acordo com Lidiane Ferreira, no Huol-UFRN é desenvolvido um projeto de extensão em conjunto com o Departamento de Fisioterapia (DFST) da UFRN, assim, os pacientes são avaliados no Hospital e encaminhados para tratamento no DFST.
Sobre a Ebserh
O Huol-UFRN faz parte da Rede Ebserh desde 2013. Vinculada ao Ministério da Educação (MEC), a Ebserh foi criada em 2011 e, atualmente, administra 45 hospitais universitários federais, apoiando e impulsionando suas atividades por meio de uma gestão de excelência. Como hospitais vinculados a universidades federais, essas unidades têm características específicas: atendem pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) ao mesmo tempo que apoiam a formação de profissionais de saúde e o desenvolvimento de pesquisas e inovação.
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